Tuesday, March 18, 2008

— Caro doutor Pinto da Costa, gosto tanto de si, acho-o um homem tão charmoso, uma espécie de figura paternal para uma menina frágil como eu .

— Quando morreres, minha querida, o teu cadáver será igual ao de todos os outros. Irás apodrecer e toda a beleza que hoje tens de nada te valerá. Os ritmos de putrefacção serão os mesmos para qualquer um de nós.

— A sua barba branca, tão natalícia, caro doutor, é para mim um refúgio, acho que é amor o que sinto por si.

— Só o dizes porque ficaste impressionada ao ver-me na televisão a protestar contra aquela autópsia a um extraterrestre, quando me rebelei contra a palhaçada e disse, afoito: toda a gente sabe que não é daquela maneira que se serra uma cabeça!

— Confesso, doutor. Deste então não consigo parar de pensar em si a meu lado. Venha, meu querido, acompanhe-me à esplanada para tomarmos um refresco. Que me diz a um sumo de laranja?

— Laranjas... já te disse, minha pequena, que faço autópsias como quem descasca laranjas?

— Ó doutor, você estraga-me de mimos.

5 comments:

innocent bystander said...

ah, o doutor...

Lunatic on the grass said...

está mas é na hora de formar um clube de fãs. ninguém fala de cadáveres com tanta naturalidade.

innocent bystander said...

eu entro

Anonymous said...

Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the Celular, I hope you enjoy. The address is http://telefone-celular-brasil.blogspot.com. A hug.

Lunatic on the grass said...

pá, ó celular, vai mas é levar na regueifa.